Quando encontramos as coisas prontas, dificilmente conseguimos reconhecer o seu real valor. Hoje pela manhã, por exemplo, saí para comprar gás e depois passei no Supermercado. Quando fui colocar as compras no porta-malas, fui tomado por um forte senso de gratidão, que produziu uma oração espontânea: Obrigado Senhor: As refeições dos próximos dias estão garantidas!!! Num primeiro momento, ri de mim mesmo, porque sempre agradeço pelas refeições, mas não lembrava de já tê-lo feito por antecipação, ainda na saída do Supermercado. E, como um pensamento puxa outro, fiquei imaginando quantas mãos, quanta tecnologia, quanto progresso, quanto investimento, quanto suor estavam representados naquilo que estava levando para casa. O fato é que se buscássemos ter, ao menos uma escassa noção do custo real de tudo quanto usufruímos, tenho certeza que seríamos muito mais agradecidos. Mas como as coisas estão ali, prontas e embaladas, tendemos a achar tudo normal. Lembro que há muitos anos eu estava em Porto Alegre e participei de um culto onde o pregador fez a seguinte pergunta: “Você poderia imaginar como seria seu dia hoje se o sol não tivesse nascido?” Confesso que eu nunca havia pensado em tal hipótese, por isso, aquela mensagem até hoje ficou gravada em minha mente, levando-me muitas vezes a lembrar de agradecer por que simplesmente o sol nasceu mais uma vez. Mas o que tudo isso tem a ver com o Natal? Também é simples: Nós já estamos há mais de dois mil anos do outro lado do Natal. As primeiras lembranças, de todos nós, reportam ao Natal. Como o nascimento do sol, é algo que já temos por certo que irá acontecer. Mas sendo tão natural, será que não fomos perdendo a noção do seu significado? Será que não fomos perdendo a noção da glória que se encerra nesse complexo acontecimento? Como o nascimento de Jesus foi recebido por aqueles que realmente compreendiam o seu valor? Quero citar um exemplo: “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; por que os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo Israel”. (Lucas 2:25-32) Ora, por mais simples que tenha sido o cenário que envolveu o nascimento de Jesus, tal acontecimento significou nada menos do que a inversão mais fantástica que o universo poderia conceber; significou nada menos do que o Criador tornando-se Ele mesmo criatura, para reconduzir-nos ao propósito pelo qual Ele mesmo nos criou; um gesto de amor absurdo, que pouparia milhões de palavras, se os nossos ouvidos não fossem tão surdos; um gesto de amor absurdo, que nos moveria a profundas transformações, se não fossemos tão centrados em nós mesmos. Prezado leitor: Eis a glória do Natal: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Filipenses 2:5-11) JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!