“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. (Tiago 1.17) O texto bíblico acima para mim define aquilo que chamamos de estabilidade: “Algo bom e que jamais muda”. Seria o sinônimo de uma vida tranquila, onde todas as áreas estão bem firmadas, ordenadas, harmonizadas. No fundo, a estabilidade é o grande alvo pelo qual lutamos a vida toda. É o sonho de todos os humanos alcançar esse estágio no qual as nossas conquistas foram estabelecidas e podemos então dormir tranquilos e saborear alegremente os frutos do trabalho das nossas mãos. E não é errado lutar para construir esse futuro desejável. Porém, a experiência mais comum é que à medida que o tempo vai passando, esse sonho parece ficar cada vez mais distante, pois não tendo controle sobre o amanhã, foge completamente do nosso conhecimento o tipo de problemas que teremos que enfrentar. Assim, quando pensamos que tudo está bem, surge algo para nos desestruturar; quando nos sentimos preparados para lidar com determinadas situações, eis que surgem circunstâncias novas, para as quais nos vemos surpreendentemente despreparados; quando investimos pesado para dar estabilidade a uma área da nossa vida que nos preocupava, de repente nos damos conta que negligenciamos outra área ainda mais importante. Aliás, são tantas as possibilidades das coisas darem errado, que o medo do futuro gera a maioria das nossas ações, levando pessoas a trabalharem tanto e acumular tantos bens, que necessitariam de várias vidas de ociosidade para usufruí-los, enquanto leva outras à desistência e ao suicídio. Sei que alguém poderia perguntar: Mas e daí, é errado pensar no futuro? Claro que não! Ao contrário, a Palavra de Deus nos exorta exatamente a isso: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento”. ( Provérbios 6.6) O erro, portanto, não está em lutar por um bom futuro, mas está no exagero para o mais ou menos, que acaba desequilibrando o nosso comportamento. A vida é um conjunto muito complexo de coisas e quando focamos demais um aspecto, fatalmente iremos negligenciar outros. Como uma forma de me exercitar costumo caminhar diariamente. É um tempo importante para meu corpo e minha alma, mas é também um tempo de observação. O que salta aos olhos de quem anda pelas ruas da nossa cidade é que as casas estão cada vez mais grandes e mais bonitas. Os carros, nem se fala! Entretanto, eu sei que dentro dessas grandes e lindas casas há muitas famílias infelizes, desestabilizadas pelo adultério, pela separação, pelo vício, pela frieza, pela depressão ou mesmo por alguma outra fatalidade que acabou sobrevindo inesperadamente. Talvez para a maioria dessas pessoas, a conquista desse “status” significava estabilidade. E agora, o que fazer? Poderíamos falar em culpa, porém nem todo nosso empenho, nem as melhores intenções são garantias de que tudo vai dar certo. Há um erro, porém, que é fatal: A nossa independência! Ora, Deus é o doador da vida. Não há nada que possamos tocar ou conquistar que seja realmente nosso. Seria tão difícil reconhecer esse fato? Prezado leitor: É claro que o nosso esforço tem mérito, mas para mim fica cada vez mais claro que a nossa grande façanha neste mundo, muito além de qualquer outra conquista que possamos obter, é chegar ao ponto de uma completa rendição ao Criador, porque independentemente daquilo que “nós” podemos realizar, é somente na dependência d’Ele está a nossa verdadeira estabilidade: “Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos”. (Provérbios 16.3) JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!