Hoje, dia 29 de dezembro, vivo a última segunda-feira de 2014. Estou sem pressa, mas enquanto caminho, como de costume, vou alinhavando algumas coisas na minha cabeça. Preciso preparar minha crônica para o jornal e afinal, é a última semana do ano. Faço uma oração relâmpago: Senhor, sobre o que devo escrever? Então, ao mesmo tempo que elevo os olhos balbuciando essas palavras, a imagem que surge diante de mim são três antenas de TV a cabo, posicionadas quase juntas, na estrutura da chaminé de um edifício. Pensei: É irônico, mas o ser humano não mudou nada: Continua esperando do alto. Sim, é exatamente assim que somos, especialmente nesta época do ano. Na antiguidade, olhávamos as estrelas, as nuvens, os ventos, o voo dos pássaros para buscar neles bons presságios. Hoje mudaram os meios, contudo a busca continua a mesma, por que no fundo, a mesma insegurança nos assalta: Não sabemos o que nos aguarda! Há algo intuitivo em nosso ser que espera além, que clama por transcendência, que admite a própria fragilidade, que enfim eleva os olhos, crendo que de fato somos dotados de antenas capazes de captar sinais que nos forneçam a direção para o nosso caminhar. Mas a questão é: Para onde olhamos? O ano de 2014 termina melancólico, deixando estampado na expressão de cada rosto que encontro, o indisfarçável sentimento de que fomos mais uma vez enganados. Sim, como quase sempre acaba acontecendo, caímos nas mesmas armadilhas, repetimos os mesmos erros, insistimos em tentar novamente aquilo que já sabíamos que não daria certo. Por que somos assim? Por que queremos mudanças sem mudar; queremos transformações sem precisar ser transformados; queremos soluções sem compromissos. Exatamente por isso, na virada do ano a grande maioria das pessoas não vai fazer um exame de consciência sério para perceber onde errou, mas irá mover suas antenas novamente para a direção errada, acreditando que através de algum ritual exótico poderá conectar-se a poderes mágicos que mudarão sua sorte: A galinha cisca para trás, então evite-se comer carne a galinha; o porco fuça para frente, então coma-se carne de porco. Comer lentilhas atrai prosperidade – pensando bem, não deveriam ser “rapidilhas”? E alguns vão pular sete ondas no mar, e outros lançar nele suas oferendas, e outros vão usar roupas brancas e outros vão usar peças íntimas coloridas e sabe-se lá o que mais. E as três antenas? Sim, elas estavam todas voltadas exatamente para a mesma direção, pois quando se lida com tecnologia não cabem muitas divagações, nem achismos: Ou elas estão direcionadas ao satélite que lhes envia o sinal, ou simplesmente não captarão coisa alguma. A lição que extraímos? Que nossa busca é legítima, porque somos de fato necessitados; que nossa busca é legítima, por que a nossa transcendência sempre nos impulsionará a buscar socorro sobrenatural. Entretanto, o Deus da vida, o Criador, o Senhor do Universo é também o Deus da verdade e não podemos conectá-Lo através de mentiras criadas pela nossa imaginação. No Evangelho de João, temos o relato do encontro de Jesus com uma mulher que estava com muitos problemas. Havia nela uma busca, porém sua sede ainda não tinha sido saciada. Perguntando a Jesus sobre o lugar onde podia prestar adoração verdadeira, Jesus lhe responde: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” – João 4.22-23. Prezado leitor: Para onde você tem olhado? A quem você tem recorrido? Talvez a sua sede também ainda não tenha sido saciada! Se for assim, chegou a sua hora de conectar-se ao verdadeiro Poder. Se o fizer, com certeza você terá um abençoado 2015. JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!