Há pessoas que com sinceridade buscam respostas e outras que apenas gostam de fazer perguntas; há pessoas que gostam de compreender as coisas, e há pessoas que gostam do debate.
Se você se confrontar com uma pessoa que apenas gosta de argumentar, sairá da presença dela extenuado, como se tivesse levado uma surra. Por outro lado, ainda que você passe um longo tempo com alguém que possui uma busca legítima em seu coração, por maior que tenha sido o seu esforço intelectual e emocional em ajudá-la, você sairá da sua presença gratificado.
Uma pessoa sincera, mesmo que não tenha assimilado direito aquilo que você desejou lhe transmitir, ser-lhe-á agradecida. Já uma pessoa que apenas gosta de argumentar, por mais que tenha compreendido o que você lhe disse, sairá da sua presença cheia de si mesma. Se achou-se vitoriosa, nutrirá um secreto desprezo por você e se sentiu-se confundida, provavelmente passará um bom tempo maquinando alguma estratégia para derrotá-lo num próximo confronto. Estou colocando essas questões, pois especialmente aqueles que pregam o Evangelho, vivem às voltas com as perguntas para as quais nem sempre há uma resposta: “As coisas encobertas pertencem a Deus”. (Dt.
Noto que a maioria das pessoas sente uma compulsão interior de ter que responder a todas as perguntas que lhe são feitas. Raramente encontramos alguém que não sinta essa pressão. Se não temos uma resposta, por algum estranho motivo nos sentimos mal, como se estivéssemos ficado em dívida com a pessoa que nos questionou. Mas será que precisamos carregar esse fardo? Será que, ao manifestarmos conhecimento de algum assunto, somos obrigados a possuir todas as respostas?
Por que as perguntas nos amedrontam tanto? Por que elas exercem uma pressão psicológica tão forte? Será que temos medo de admitir nossas limitações? Será que não queremos frustrar a expectativa que os outros fazem de nós? Talvez seja isso!
Por muito tempo depois da minha conversão, eu vivia a ansiedade de possuir todas as respostas na ponta da língua. Então um dia descobri que eu não precisava carregar esse fardo. Compreendi que o que Deus me pedia era simplesmente partilhar as coisas na medida que as tinha compreendido. Jesus mesmo, sendo a própria resposta, às vezes se negava a responder: “Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se os principais sacerdotes e anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade? E Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se me responderes, também vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele? E, se dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta. Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E ele por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas” – Mateus 21. 23-27.
Prezado leitor: Na verdade é muito fácil questionar. É cômodo fazer perguntas. Porém, mais importante do que fazer perguntas difíceis é adquirir sabedoria para tomar as decisões acertadas. Assim como aconteceu no episódio bíblico acima descrito, aqueles sacerdotes pensavam que se conseguissem colocar Jesus em alguma contradição, estariam livres das decisões que eles mesmos precisavam tomar diante de Deus. Mas exatamente ali está o grande engano: Alguém poderá possuir todas as respostas possíveis e ainda assim se perder, enquanto que outro, com a posse de um conhecimento muito simples, poderá saber o suficiente para salvar a sua alma e se conduzir com sabedoria diante dos desafios da vida.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
