A cidade de Cafarnaum, situada ao Norte do mar da Galiléia, era o lugar onde Jesus ia com mais frequência. Ali moravam seu amigo Lázaro, a quem Ele ressuscitou da morte e suas irmãs Marta e Maria. A casa deles era normalmente seu lugar de descanso. Por ser uma cidade de fronteira, possuía uma alfândega e em consequência disso, também uma guarnição de soldados romanos. Um dia, ao entrar na cidade, vieram ao encontro de dele alguns judeus, a pedido do comandante daquela guarnição, para que intercedessem pela cura de um dos seus servos, que estava gravemente enfermo.
Jesus prontamente se dispôs a ir até lá. Mas quando estavam já se aproximando da casa, ele enviou rápido outra comitiva ao encontro de Jesus com a seguinte mensagem: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz”. E o texto continua: “Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram enviados, encontram o servo curado” – Lucas 7.6-10.
Há muitas coisas que poderiam ser ditas a respeito de um texto tão rico, porém quero me ater a um único detalhe: Aquele homem compreendia como o mundo funcionava!
Ora, nenhum ser humano é livre de sujeições. A única liberdade que pretensamente temos é escolher a quem iremos nos submeter. Porém na prática, até mesmo esse poder é extremamente limitado: O mundo físico nos impõe sujeições; os nossos relacionamentos nos impõem sujeições; as condições sociais nos impõem sujeições; os sistemas políticos nos impõem sujeições e de tal maneira, que até mesmo as sociedades mais democráticas, em nome da liberdade propiciam a proliferação de uma infinidade de mecanismos de escravidão. E quanto ao nosso mundo interior? Pior ainda, pois quando vamos olhar de perto a vida daqueles que proclamam sua autonomia, percebemos que tal postura nada mais é do que o resultado de uma longa lista de sujeições que inconscientemente foram assimilando ao longo da vida. Sem perceber, tornaram-se escravos dos enganos do próprio coração. Sua filosofia é sua escravidão!
Debatendo com os judeus, Jesus não precisou de muitas palavras para sentenciar a questão: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” – João 8.34. Escrevendo aos romanos sobre o mesmo tema, o apóstolo Paulo coloca a seguinte interrogação: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?” – Romanos 6.16.
Para clarear mais a questão, coloco ainda algumas perguntas? Hoje, num tempo em se apregoa tantas liberdades, por que o mundo se torna cada vez pior? Por que os relacionamentos estão cada vez mais difíceis? Por que se perderam tantos valores éticos e morais? Como explicar tanta corrupção? Como justificar tantas perversões? Simples: As pessoas estão se sentindo livres! Mas não é estranho que se sintam assim?
Prezado leitor: Há um único caminho para a liberdade: O retorno à nossa origem. Nós fomos criados por Deus. Ele possui um direito legítimo sobre nós. Se escolhemos amá-Lo e obedecê-Lo, na sujeição a Ele, encontraremos nossa verdadeira identidade e assim seremos livres. Do contrário, caminharemos inexoravelmente para a escravidão, sem exceções. É disso e não de “outra liberdade” que Jesus estava falando, quando disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – João 8.31-32. Você é livre?
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
