Por: Pr. Armando Castoldi
“Mas, agora, vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais? Pelo contrário, por que vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração. Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo; do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado”. (João 16.5-11)
É interessante perceber que embora já há tanto tempo com eles, tendo falado tantas vezes a respeito da sua missão, algumas coisas ainda não estavam claras na mente dos discípulos. Muitas vezes é assim conosco. Ouvimos, ouvimos, mas no fundo, não ouvimos aquilo que nos é dito e sim apenas aquilo que queremos ouvir.
Essa realidade transparece ainda mais forte no texto de Mateus 16.21-23: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado ao terceiro dia. E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”.
Eu já tenho me perguntado: Como o Evangelho pode às vezes tão reduzido? Tão desvirtuado? Tão corrompido? A resposta é bem simples: Exatamente por que na nossa ignorância ou falta de sinceridade, assim como os discípulos e especialmente Pedro, ouvimos somente aquilo que queremos ouvir. Usa-se algo que está no Evangelho, mas que separadamente já não é o Evangelho: cura física, bem estar interior, prosperidade material, vitória sobre os demônios, boas obras, justiça social, milagres, experiências sobrenaturais, sim, tudo isso faz parte do Evangelho, porém nenhuma dessas coisas é em si mesma a essência do Evangelho. A essência do Evangelho consiste naquilo que Jesus defende com tanta veemência nos textos acima: 1º) Ele foi enviado por uma razão específica: Ele veio porque havia uma necessidade; uma situação ainda não resolvida entre o homem e Deus; 2º)Ele precisava morrer pelos nossos pecados: Por mais que os discípulos se enchessem de tristeza ou quisessem demovê-lo desse destino, por eles, por mim e por você, Jesus teria que ir para a cruz; 3º) Ele precisava vencer a morte e retornar ao Pai: A Terra não era sua origem, nem seu destino final, mas o objeto de uma missão especial de amor: reconciliar o homem com Deus; 4º) É somente por Ele que o Espírito Santo é enviado: Não temos como conhecer a Deus, sem revelação. O “príncipe deste mundo”, tenta de todas as formas nos fazer crer que está tudo bem, mas o Espírito Santo vem e desfaz esse engano, dobra nossa independência e nos leva a compreender na mente e no coração aquilo que também para os discípulos ainda parecia obscuro: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. (João 3.17)
Prezado leitor: Todos os textos acima são palavras duras, não são? Jesus foi duro ao repreender os discípulos, não foi? Sim, mas Ele sabia o que estava em jogo. O verdadeiro amor não mente, não esconde, não adota um discurso “politicamente correto”. É isso que muitos fazem hoje para atrair as pessoas para si ou para seus ministérios. Contudo, a essência do Evangelho é que o pecado de fato separou o homem de Deus a que a salvação não pode passar ao largo do arrependimento e da fé em Jesus. Se você abrir seu coração para Ele, também o Espírito Santo o convencerá dessa verdade. Se você fechar seu coração, o Espírito Santo não virá para você e, por mais sofisticados que sejam seus argumentos, você infelizmente ainda estará perdido!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
