Acho fantástica a forma como Deus se apresenta a Moisés: “Eu sou o que sou” - Êxodo 3.14. O apóstolo Tiago, exortando quanto à reverência que devemos ao Criador, afirma: “Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” -Tiago 1.16-17. Exatamente por isso, torna-se tão compreensível a reação do próprio Deus diante das suas obras recém criadas: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”- Gênesis 1.31.
No ano de l987, quando cursava o Seminário Teológico, fiz um trabalho sobre fé e ecologia. Ao colher o material, encontrei a notícia de que naqueles dias havia sido declarada extinta uma espécie de pardal, numa ilha do Pacífico. Evidentemente esqueci os detalhes, mas lembro do impacto que isso causou em mim. De repente tive esse vislumbre do que significa extinção. Por mais insignificante que pudesse ser aquela criatura, ninguém jamais poderia contemplar a sua beleza ou ouvir o seu cantar. Haviam sobrado dois machos. Um morreu, depois morreu o outro... FIM!
No tempo que residi em Estrela, entre 1996 e 2001, meus filhos queriam um cavalo - no sentido genérico. Como procurava um animal dócil, acabei encontrando uma égua, de idade relativamente avançada. Seu dono achava que não ficaria mais prenha, pois tivera uma única cria, há vários anos. Por um bom tempo, deixei o animal num “Hotel de Cavalos”, onde havia também vários machos. À noite dormiam em baias individuais, mas durante o dia ficavam todos soltos no pasto. Mais tarde, conhecemos uma família que vivia num sítio próximo à cidade. Os três filhos, praticamente da mesma idade dos nossos, estavam fazendo ao pai o mesmo pedido. Então, acabamos criando uma sociedade: Eles cuidavam da “Xena” e todos andavam nela.
Pouco tempo depois, veio a grande surpresa: A Xena estava prenha, resultado do seu tempo de Hotel. Nasceu um lindo filhote macho. Nem preciso falar do tamanho da nossa alegria, especialmente da criançada! O período de gestação de uma égua é de aproximadamente 340 dias. Por isso por um bom tempo o fato passou desapercebido. Mas isso foi nada comparado ao ainda estava por acontecer. Com a idade já avançada, amamentando o filhote, a Xena ficou mais magra. Comia muito, mas não engordava. Parecia que só tinha barriga. Feito o tratamento para vermes, achávamos que aquilo era normal. De repente, cerca de um ano depois, assim sem qualquer aviso prévio, ela amanheceu com mais um filhote. Outro macho, desta vez muito pequeno, mas estava ali, vivo e ativo. Foi um espanto geral. Como isso poderia ter acontecido? Não havia outros cavalos no sítio. Ela nunca havia fugido ou sido deixada em outro local!?!?
Mas prá encurtar a história, depois meu amigo se deu conta que no sítio ao lado, havia um cavalo. A cerca era alta, ele nunca havia percebido qualquer alteração, mas era inegável que uma força irresistível os atraiu com tal intensidade, que a cerca não foi suficiente para detê-los. Sim, mesmo sem qualquer outra prova que pudesse atestar o fato, essa era a verdade incontestável. O fruto estava ali, fruto que não teria qualquer outra possibilidade de acontecer senão daquele modo, entre um cavalo e uma égua; um macho e uma fêmea. Ponto final. Discutir o quê? Não é assim que as coisas são?
Um dia, cansado com os desatinos do ser humano sobre a Terra, Deus decidiu recomeçar tudo. Então separou Noé e sua esposa; os três filhos de Noé e suas esposas; os animais, de dois em dois segundo as suas espécies, macho e fêmea. E haveria outra possibilidade?
Prezado leitor: Que força estranha é essa que quer agora arrastar o ser humano para a direção contrária? Ora, por que Deus é o que é, as coisas são como são! A vida é essa força irresistível que impulsiona pardais, equinos e humanos a agir contra a extinção.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
