“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (1 Pedro 4.10)
O texto bíblico acima é uma exortação do apóstolo Pedro aos cristãos primitivos, a fim de que ministrassem mutuamente os dons espirituais não como proprietários, mas como administradores dos bens divinos. A palavra despenseiro vem do grego “oikonómos”, a qual no português também deu origem à palavra “ecônomo”.
É claro que o contexto propõe uma aplicação bem específica, entretanto, nesta manhã de terça-feira, fiquei imaginando como seria o mundo se todos tivessem essa compreensão. Afinal, o que de fato nos pertence? O autor de Eclesiastes diz: “Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre – Eclesiastes 1.4. Ora, ainda que alguém suba na mais alta montanha, fixe seus olhos na linha do horizonte e sinta-se na condição de poder dizer que tudo o que seus olhos veem lhe pertence, o que isso mudaria? Um dia, que talvez chegue bem mais cedo do que imagina, alguns centímetros de terra serão suficientes para cobrir seu fétido cadáver. Quantos olhos já contemplaram com o mesmo sentimento de posse as coisas que hoje declaramos nossas? E no entanto, tudo sempre esteve à nossa disposição: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” – Gênesis 2.15. Desde o princípio Deus quis nos dar o melhor, contanto que compreendêssemos a nossa condição. Porém, incitados pela cobiça, distorcemos tudo.
E essa distorção é tão gritante, que tem afetado todas as áreas da vida. Usamos o nosso corpo como se a ninguém tivéssemos que prestar contas; usamos as pessoas como se fossem nossas; usamos todos os bens da criação como se fossem nossos; usamos o espírito, o sopro divino que Deus colocou em nós, para adorar toda sorte de ídolos. Aliás, o grande sonho da presente geração é banir Deus das suas cogitações. A sociedade secular quer finalmente assumir sua total independência. O nome de Deus já foi banido dos tribunais e das escolas; o casamento já não precisa da Sua bênção e, até das cédulas do dinheiro, que bem ou mal é o símbolo da provisão, já não querem mais a menção do Seu nome. Mas será que Deus será pego de surpresa? Evidente que não! “Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e o seu ungido, dizendo: “Rompamos os seus laços e sacudamos as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá” – Salmo 2.1-5.
Como tudo seria bem mais simples, mais leve, mais seguro, mas coerente, mais empolgante, mais grandioso, infinitamente mais digno se simplesmente o homem compreendesse o lugar e deixasse o seu espírito se deliciar com a glória de ser tão somente despenseiro do único e onipotente Criador.
Prezado leitor: Se você concorda comigo, convido-o a fazer suas as palavras do salmista: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador. Quanto contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres e o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o teu nome” – Salmo 8.1-9.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
