Em muitas crônicas anteriores já compartilhei coisas da minha infância, por isso hoje, na comemoração de mais um Dia da Criança, quero falar sobre a infância dos meus filhos. Nosso primeiro filho, o Ticiano nasceu em Gramado. Quando completou seis meses, nos mudamos para Santa Cruz do Sul, onde fomos morar num pequeno apartamento que eu já havia adquirido ainda quando solteiro, naquela cidade.   Mas logo deixamos o dito apartamento e alugamos uma casa, pensando especialmente em nosso filho. Foi incrível, pois já na primeira semana ele encheu a cabeça de galos, de tantos tombos que levou correndo pelo pátio. Logo ele já estava subindo em árvores e se divertindo com seu cãozinho “Biscoito” e a galinha “Francisca”, que vieram como consequência.  Quando ele havia completado dois anos e oito meses, nasceu o seu irmãozinho, o Natanael. Pouco depois pedi remoção para Lajeado, pois queríamos ficar mais próximos de nossas famílias. Novamente pensando nos filhos, não encontrando uma casa adequada, fomos morar em Estrela. A casa era pequena, mas tinha um pátio muito bom. Ali, também vieram o “Osvaldo” e a “Dileta”, um casal de galináceos brancos, que cresceram assustadoramente. Era um constante rebuliço, pois o Osvaldo e o Biscoito não se entendiam muito bem e viviam em constantes conflitos.  

Em 1994 houve a interdição da ponte sobre o Taquari. A Simone estava novamente grávida, agora da Amanda. Minhas idas e vindas diárias ficaram cada vez mais difíceis. Então, quando a Amandinha nasceu, decidimos morar em Lajeado. Levei mais de um mês para encontrar uma casa adequada, mas enfim a encontrei. Novamente um pátio muito grande e com isso, aumentou nosso zoológico particular. Nessa altura, o Biscoito havia sido atropelado e subsituído pela “Meg”, uma cadela da raça “Daschund”. Como a nova casa não tinha cerca, a Meg ficou prenha e nos deu seis belos filhotes. Um dos pais da filharada, o “Alf”, resolveu ficar por lá e juntando com os filhotes que sobraram, tínhamos cinco cachorros, coelhos, porquinhos da índia, pombas e galinhas. 

No final de 1996 me aposentei como Oficial de Justiça e fomos morar em Estrela, onde iniciamos um trabalho missionário. Novamente encontramos a casa certa: Antiga, mas espaçosa e confortável, com um pátio imenso, onde até casa na árvore eu pude construir. Juntando-se  com a bicharada trazida na mudança, veio depois   a égua “Shena”, que parte do tempo ficava no sítio de um amigo, com filhos da mesma idade que os nossos. Aquele sítio foi outro paraíso que eles puderam compartilhar. Ah! Ía quase ia esquecendo do “Rico”, o papagaio, que na verdade era uma fêmea e da “Tangerina”, uma gata muito esperta, que depois nos deu o “Tigre”, um gato imponente e tão forte, que aos 14 anos, ainda está conosco. Agora, já não mais tão imponente...

Ali em Estrela, também veio o primeiro computador, um Windows 95, recém lançado, com a incrível capacidade de 2 “gigas” no disco rígido e 16 “megas” de memória operacional. O primeiro jogo que tiveram foi o “Age Of Empyres” (Era dos Impérios). Educativo, teve uma grande influência em suas vidas, tanto que o Ticiano acabou optando  pelo curso de História. Nesse período também, comprei uma F-1000 cabinada, com sete lugares. Então vieram os longos passeios, as temporadas na Praia, onde eles podiam levar quase tudo o que desejavam, inclusive a vó Onei e algum primo ou amigo.

Dias atrás o Natanael me perguntou: Pai, quando vamos passar novamente umas férias em família? Instintivamente respondi: Pois é filho, a vossa infância passou...   De fato, agora tudo ficou mais difícil, porém a saudade é um bom sinal.

Prezado leitor: Olhando para trás, sou profundamente grato a Deus, pois a Simone, optando por ser esposa e mãe, nos permitiu construir um “ninho quente”, nosso grande investimento.   Hoje o Ticiano, o Natanael e a Amanda são jovens saudáveis, que estão se encaminhando bem na vida e seguem com convicção o Deus dos seus pais; o Deus que os reporta a uma infância feliz.